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Relembre o clássico "O Homem Invisível" de 1933

  • Foto do escritor: Allan Veríssimo
    Allan Veríssimo
  • 21 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 15 de jun. de 2021



Baseado no livro de 1897 escrito por H.G. Wells (sim, o mesmo H.G. Wells de “Guerra dos Mundos”, “A Ilha do Doutor Moreau” e “A Máquina do Tempo”), “O Homem Invisível” foi produzido pela Universal em 1933 e dirigido por James Whale, o mesmo diretor dos clássicos “Frankenstein” (1931) e “A Noiva de Frankenstein” (1935). Com tantos talentos envolvidos, não é surpreendente o fato de o personagem-título ter rapidamente se tornado um dos monstros clássicos mais icônicos dessa era de ouro do estúdio.

Na trama, que é razoavelmente fiel ao livro de Wells, Jack Griffin é um cientista que descobriu a fórmula de como ficar invisível e decidiu testar em si mesmo para comprovar suas teorias. Ele abandona a futura noiva (interpretada por Gloria Stuart, que décadas depois seria indicada ao Oscar pelo seu papel como a Rose idosa em “Titanic”) e seu trabalho, e se isola num pequeno povoado para procurar uma cura. Conforme o tempo passa, Griffin começa a perceber horrorizado que talvez não haja uma maneira dele voltar a ser visível, e os efeitos colaterais da sua fórmula somado com o comportamento ignorante das pessoas do povoado, acabam fazendo o cientista perder a sanidade e utilizar seus poderes para dominar o mundo.

(Vale registrar que no livro de Wells, Griffin já era um ser humano egoísta e mesquinho antes mesmo de se tornar invisível, e que ele usa seus poderes como justificativa para finalmente se render aos seus piores impulsos).



É possível perceber alguns paralelos entre “O Homem Invisível” e “Frankenstein”, já que ambas as histórias são sobre um cientista louco cujos experimentos acabam culminando em tragédia, com o protagonista tendo uma noiva que está preocupada com ele, e um melhor amigo que está apaixonado pela sua noiva. A diferença é que em “O Homem Invisível”, James Whale tinha total controle criativo sobre o projeto, o que influenciou o final mais cínico e pessimista dessa obra comparado com o final feliz imposto pelo estúdio em “Frankenstein”.

O controle criativo de Whale também permitiu que ele injetasse uma enorme dose de um humor macabro que funciona maravilhosamente bem no contexto do filme. O humor não vem das figuras excêntricas, mas sim das pessoas normais se deparando com situações excêntricas (“Como é que eu vou algemar uma camiseta voadora?”, um policial pergunta assombrado ao se deparar com o Homem Invisível). O filme também tem efeitos visuais espetaculares que continuam impressionando até o dia de hoje. E é claro, o filme também vale pela estreia do lendário ator Claude Rains (“A Mulher Faz o Homem”, “Casablanca”, “Lawrence da Arábia”, etc) como protagonista de uma produção de Hollywood. Como o protagonista fica 90% do filme enfaixado ou invisível, Whale sabiamente escalou um ator com uma voz memorável, e Rains faz um trabalho soberbo, ilustrando a psicopatia e o egocentrismo patético de Jack Griffin com perfeição.



“O Homem Invisível”, assim como todos os demais clássicos Monstros do Universal, rendeu uma franquia: em 1940 ele seria interpretado por um então jovem Vincent Price em “A Volta do Homem Invisível”. No mesmo ano, haveria uma mudança de gênero em “A Mulher Invisível”. Em 1941, a invisibilidade foi utilizada para a guerra em “Espião Invisível”. Em 1944, ocorreu “A Vingança do Homem Invisível”. E finalmente, o nosso querido vilão sofreu o mesmo trágico destino que a Universal preparou para todos os seus monstros clássicos: um encontro com os comediantes Abbott e Costello em “Abbott e Costello encontram o Homem Invisível”.

Mais recentemente, em 2020, “O Homem Invisível” retornou nos cinemas através de uma refilmagem dirigida por Leigh Whannel e estrelado por Elisabeth Moss e Oliver Jackson-Cohen. Uma prova que mesmo depois de todos esses anos, o Homem Invisível continua a solta na imaginação dos cinéfilos.




Allan Veríssimo

Allan Veríssimo, Dobra Filmes, Blog Desdobra
Allan Veríssimo

Cinéfilo, formado em Cinema e Audiovisual pela São Judas, cursando Jornalismo na Universidade Santa Cecília.

É Diretor, produtor e roteirista, colaborador dos sites Ligado em Série, Cine Alerta e Gelo e Fogo, além de estar aqui com a gente toda quarta-feira abrilhantando nosso blog com seu talento.

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